Semana ENEF
No Meu Bolso Mando Eu
Armadilhas para o consumidor
Carro parcelado com taxa zero
- METADE VERDADEIRA
Você olha o preço de um carro zero, e a “quantidade de zeros” à direita assusta: quem é a criatura que tem esse dinheiro todo para dar num automóvel? Mas… ter um carro é uma questão de conforto, até de necessidade de mobilidade, e você quer o seu 0km. Como fazer para pagar? Só mesmo parcelando, oras! Mas… aí tem os juros… e você não queria pagar juros! Não seria bom poder comprar parcelado, de maneira facilitada, com zero de juros? Sim, sem dúvida. Se isso existisse. Mas, como nos alertaria Pe. Quevedo: “Isso non existe! ”
- METADE DUVIDOSA
O carro é anunciado com parcelamento sem juros em uma destas “promoções-relâmpago”, no melhor estilo apelativo “o gerente enlouqueceu”. Ah, tá. Daí você pergunta se não tem mesmo juros, e um vendedor menos esclarecido te “explica” que não, imagina, é sem juros porque é “direto com o banco da montadora, e o banco fez um acordo de não ganhar nada para ajudar a montadora a conseguir vender”. Mas aí você pensa: mas todos que emprestam dinheiro precisam da remuneração dos juros cobrados. Como pode um financiamento sem juro algum?
- PURA VERDADE
A pura verdade! Repare que nas ofertas de financiamento com “juro zero” sempre se pede uma entrada elevada, de metade (ou mais) do valor do veículo. Normalmente a entrada é (não por acaso), equivalente ao valor do seminovo similar, com dois ou três anos de uso, justamente aquele carro que você tem para dar na troca para o 0km. Mas, oras, este dinheiro você está quitando à vista, no ato, já não teria de ter juros, mesmo, certo?! Repare também que o restante será dividido em prazo relativamente curto, de 12 ou 24 meses, raramente acima disso. E, pior: as contas todas são feitas sobre valores de tabela, mais altos que os valores efetivos para negociação à vista! Apure sempre se há ou não juros embutidos (e quanto são!) em parcelamentos com “taxa zero”!
CONHECIMENTOS LOCALIZADOS INSTRUMENTAIS DE CAPACITAÇÃO (CLIC)
CLIC® 1. Em um país onde o juro básico (a taxa Selic), que é a menor taxa efetiva que se pode ter na prática em transações financeiras comerciais em território nacional, já é superior a 0,50% ao mês, porque alguém lhe emprestaria dinheiro a custo zero? Essa proposta, que se encaixa muito bem na irracionalidade emotiva do consumidor mal planejado, que prefere ser enganado ao invés de se preparar de forma adequada para a boa compra, está totalmente desalinhada com a lógica econômico-financeira dos mercados. Então, não é querer ser chato… mas tem mesmo de desconfiar e tirar a prova!
CLIC® 2. Antes de assinar embaixo de uma compra de veículo 0km com “taxa zero”, faça as contas na ponta do lápis para desvendar os juros embutidos. Aquela portentosa SUV, por exemplo, é oferecida por R$ 96 mil sem juros, com 50% de entrada (R$ 48 mil), e outros 50% (mais R$ 48 mil), parcelados em 12 sem juros de R$ 4 mil. Cadê os juros embutidos?
Primeiramente, vão pagar apenas R$ 48 mil na sua SUV similar usada, com apenas três anos e 40 mil km, com valor de tabela de R$ 55 mil. Portanto, vão lhe pagar R$ 7 mil a menos do que vale. Depois, se fosse para comprar a SUV 0km à vista, no “cash”, ela sairia facilmente por R$ 90 mil. Ao fazer o negócio todo pelo preço de tabela, você estará pagando R$ 6 mil a mais de puro “pedágio”.
Somando as diferenças, você pagará R$ 13 mil a mais para poder acessar sua nova SUV na “privilegiadíssima” condição do parcelamento com zero de entrada. Como proporção do verdadeiro valor de mercado deste carro, que é de R$ 90 mil, os R$ 13 mil de acréscimo equivalem a praticamente 15% a mais: esta é a “beleza” deste negócio da China que você acaba de “garimpar”. Será que não tem uma da mesma cor para o seu cunhado, também?
CLIC® 3. Quer mesmo um carro zero? Pense em juntar para comprar à vista e com desconto! Mantenha sua atual SUV por mais um ano, ao final da qual ela valerá R$ 50 mil (na venda a particular). Pegue os R$ 4 mil mensais e aplique em CDBs de curto prazo de pequenos bancos ou outras aplicações dinâmicas: no final do período terá R$ 50 mil limpinhos, mais os R$ 50 mil da venda do usado, totalizando R$ 100 mil.
Compre então a nova SUV por R$ 90 mil, e use os R$ 10 mil que recolheu com sua sabedoria financeira, para fazer uma viagenzinha legal com a família, estreando o carro novo. Talvez até melhor (e aí vai de cada um): fique com sua SUV de quatro anos e excelente estado, um carro que ainda lhe renderá outros quatro anos de uso sem qualquer problema, e vá fazer uma megaviagem de 45 dias com a família pelo exterior. Bem… confesso: foi a decisão que eu mesmo tomei da última vez que estive nesta encruzilhada!
#NMDME
No Meu Dinheiro Mando Eu
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