A rápida disseminação do coronavírus, declarado como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), está causando pânico nos mercados financeiros, fuga de capitais, desvalorização de moedas em relação ao dólar e uma ameaça crescente de recessão global.
Embora a situação tenha começado em países asiáticos, no cenário atual o surto está presente em pelo menos 114 países, infectou quase 120 mil pessoas e deixou mais de 4,7 mil mortos.
A decisão da Itália de colocar em quarentena o país inteiro, além da rápida disseminação da doença no resto da Europa e nos Estados Unidos, o colapso dos preços do petróleo e a montanha russa das bolsas de valores são fatores que fazem especialistas considerarem que uma recessão econômica global no primeiro semestre é quase iminente.
No mercado interno, o Brasil acumula quedas sucessivas desde o início de março. No dia 12, o Ibovespa, principal referência da Bolsa brasileira, fechou em queda de 14,78%, aos 72.582,53 pontos. Esta é a maior queda percentual diária desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa, quando fechou em baixa de 15,8%. É também a menor pontuação de fechamento desde junho de 2018 (71.766,52 pontos).
Antes mesmo do anúncio da OMS, o governo brasileiro já havia admitido a redução da expectativa do crescimento do PIB de 2,4% para 2,1% neste ano de 2020 por causa da redução da atividade econômica, em decorrência do coronavírus.
Especialistas acreditam que, embora as projeções variem, existe um consenso de que as perspectivas devem melhorar na segunda metade do ano. No entanto, muitos alertam que o impacto econômico não atingiu o fundo do poço, pois o vírus continua a se espalhar rapidamente.
Em meio a esse contexto, analistas financeiros recomendam cautela antes de tomar decisões. É um momento de estresse e o investidor se assusta pela volatilidade muito alta. Via de regra, crises são passageiras. A recomendação é que o investidor que montou sua estratégia para o longo prazo mantenha ela e não faça mudanças no susto.